“Mar e sol. Gira, gira, gira, gira, gira, gira, Girassol”. A música do pernambucano Alceu Valença cai bem na vitrola da vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), até ontem pré-candidata ao Governo da Paraíba.
Lígia, como se sabe, viveu momentos de hostilidade e mal-estar no Jardim. O Governo até chegou a romper com ela. Ela nunca com o Governo.
Apesar do que ouviu, manteve a postura de defender as “ideias” do Governo e nunca deu uma declaração contra o governador Ricardo Coutinho e o PSB. No máximo, reagiu por parábolas.
Deu um giro como candidata sem perder de vista o ponto de partida. Deu outro giro,ontem, e retirou a candidatura. Por que? Pragmatismo.
Sem alianças, a candidatura não prosperaria. Sem coligação proporcional, ameaçaria a reeleição do deputado Damião Feliciano.
Com Lucélio Cartaxo, de chapa já fechada, só encontrariam no máximo uma coligação. Nem isso conseguiram. Com Maranhão, uma chapa proporcional de alto risco e com maior chance de garantir a eleição de Benjamim Maranhão.
O Governo, porém, deu o mais desejado: a coligação confortável e uma vaga na majoritária. E com o bônus para ela de não precisar mudar de discurso da água pro vinho.
A Oposição – que tinha tudo para atraí-la – errou no cálculo. Imaginou, pelos exemplos passados, que o rompimento e adesão seriam no automático, por gravidade.
Mas o fator decisivo veio da parte do PSB.
O Governo girou nas insinuações de traição, deu o braço a torcer e admitiu que ela soma no ‘projeto’. E acertou. A postulação da pedetista atrapalhava mais o crescimento de João Azevedo do que qualquer outro candidato.
Desse incômodo, o PSB se livrou, ganhou um nome representativo de Campina Grande na chapa e ainda saiu do risco de mais uma vez chegar na convenção sem vice, tal qual 2014.
Por ironia do destino, os Feliciano salvam a lavoura girassol, nas convenções, pela segunda vez.