Se você está preocupado com a qualidade dos candidatos ao Planalto, vai aqui um conselho: começe a rezar. Junte as mãos e faça suas preces pela saúde do próximo presidente da República, seja quem for. Preste atenção ao noticiário sobre o processo de escolha dos candidatos a vice. Quem acompanha de perto o sobe-e-desce dos nomes fica tentado a cair de joelhos e rezar com devoção.
O escritor Otto Lara Resende costumava dizer que “a morte é o clube mais aberto do mundo”. Nada assegura que eu mesmo não terei um infarto fatal antes de terminar esse comentário. Portanto, nenhum dos candidatos está livre de uma fatalidade. No Brasil pós-redemcoratização, três vices —Sarney, Itamar e Temer— assumiram o poder depois que os titulares sofreram morte física ou política.
Entre os principais presidenciáveis, nenhum dispõe ainda de vice. Há um pouco de tudo no rol de opções: um príncipe da família imperial brasileira, um astronauta, um ex-deputado comunista recém-filiado a um partido dinheirista, uma desconhecida vice-governadora do Piauí, um Plano B que pode virar Plano A em pleno voo, o diabo. Nunca a oração foi tão necessária. A lista de presidenciáveis indica que é grande a chance de o próximo governo ser ruim. Mas a gestão do vice pode ser ainda pior. A prioridade nacional é rezar pela saúde do sucessor de Michel Temer.
UOL