Apesar dos avanços, a participação das mulheres na política ainda se dá de forma tímida e aquelas que ingressam na vida pública ainda precisam quebrar barreiras. Pelo menos é o que dizem a deputada estadual Camila Toscano (PSDB), a ex-prefeita Pollyanna Dutra (PSB) e a presidente estadual do PMN, Lígia Moura, entrevistadas, na noite desta segunda-feira (30), no programa Frente a Frente, apresentado pelo jornalista Heron Cid, na TV Arapuan.
Para as entrevistadas, em um mundo machista onde reina ainda elementos do regime patriarcal e conservadorismo é preciso se impor para quebrar regras tradicionais e conquistar espaços.
“Eu cheguei a Prefeitura de Pombal com 30 anos. Uma jovem mulher, mas sabia de onde vinha e pelo fato do que estava lutando. Enfrentei preconceitos e tive que quebrar paradigmas. Muitas vezes tinha que me impor”, destacou Pollyanna Dutra.
Da mesma forma conta Camila Toscano (PSDB) que chegou à Assembleia Legislativa com a força do pai, o prefeito de Guarabira, Zenóbio Toscano (PSDB). A tucana disse que durante o mandato trabalhou bastante para retirar essa “marca” familiar.
“Quando cheguei Assembleia comecei a trabalhar muito e andar em todas as regiões. Participei das comissões porque queria trabalhar e ter serviços prestados para conseguir uma identidade. Agora eu acredito que fiz o meu nome”, destacou.
Para Lídia Moura, as cotas dentro dos partidos são conquistas importantes, mas é preciso que as mulheres, além disso, disputem espaços nas legendas.
“As mulheres não querem ser candidatas só para cumprir as cotas. Não nos interessa. Há uma tendência dentro dos partidos que você precisa se impor”, argumentou Lidía Moura.
As entrevistadas alegam que a questão de que mulheres “não votam em mulheres” também está começando a mudar.
Para Camila Toscano, com o “empoderamento”, cada vez mais as mulheres querem representantes do sexo feminino na política. Entretanto, segundo a parlamentar, os partidos estão errando em não qualificar esses quadros.
“Eu posso sentir que as mulheres estão mais confiantes nas mulheres”, salientou.
Pollyanna Dutra acredita que a mulher não vota em outra se não tiver empatia. Para ela, ainda existe participação forte das oligarquias e as mulheres também têm receio de entrar na vida pública pela exposição da intimidade.
“Às vezes, a mulher não quer que sua vida privada vire pública aonde muitos embates vão para o particular. Isso agride a gente”, explicou.
Lídia Moura vê no baixo engajamento do público feminino nas disputas eleitorais um reflexo de uma sociedade onde a mulher é posta de lado em uma serie de participações.
“Se um homem deixar um filho para traz não repercute o mesmo que uma mulher deixar o filho”, exemplificou.
Roberto Targino – MaisPB