Biu Ramos, o talento que 'abalou' a Paraíba – Heron Cid
Opinião

Biu Ramos, o talento que ‘abalou’ a Paraíba

30 de julho de 2018 às 11h07 Por Heron Cid

Por conhecimento profissional e convivência pessoal, muito já falaram com a propriedade contemporânea sobre Severino Ramos, Biu Ramos, um dos mais brilhantes nomes e mentes do jornalismo paraibano.

Rubens Nóbrega, Nonato Guedes, Aguinaldo Almeida, Gonzaga Rodrigues e tantos outros descrevem e homenageiam de cátedra, com a profundidade necessária e o rigor literário peculiares aos nossos ilustres decanos e mestres.

Biu Ramos foi-me apresentado pela sua própria obra. As leituras despretensiosas dos volumes de “Os crimes que abalam a Paraíba” deram a dimensão da qualidade de repórter atilado, de narrador fluente e de observador diferenciado.

Não tive o privilégio de acompanhar Severino no seu batente diário, na sua jornada do labor jornalístico. Só as boas referências que nunca morrem e atravessam gerações permitem-me – integrante incipiente de uma das mais novas delas – expressar e referendar o seu legado.

O mergulho em dois dos seus livros foram suficiente. Severino tinha a sensibilidade de imprimir nas páginas cheiro, cores, sentimentos, cenas, suspense e o rico e bem delineado perfil das personagens, tudo resultado de uma riqueza de detalhes, da pesquisa aguçada e da capacidade extraordinária de transmissão ao leitor.

Numa dessas férias, anos atrás, mergulhei fundo nesses exemplares de sua obra. Dormia e acordava com sede e desejo de ler mais. De tão impactado, me vi naqueles tempos, vivendo, como ele, grandes histórias e mistérios policiais. Senti medo, pânico até em algumas situações, revolta em outras. Era impossível não viver de perto – como expectador privilegiado – os dramas relatados.

Desde essa descoberta pessoal, ainda longe de sua morte, eu já sentia no íntimo. Biu Ramos é daqueles que não morrem, porque seu talento, criatividade e vocação ultrapassam a linha cronológica da vida.

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