Se o PT se debatia em arranjar um jeito de chamar atenção do PSB, partido a quem reivindica respeito e espaço na chapa majoritária, agora acertou na veia.
A olhos vistos, a aproximação petista com o PDT da vice-governadora Lígia Feliciano criou mal-estar e incômodo aparente entre setores socialistas.
E não sem razão.
A pré-candidatura da vice ao Governo é aquilo que se pode chamar de pedra no sapato.
E por que o flerte petista e pedetista incomoda? Enquanto estiver isolada, Lígia apenas atrapalha, mas uma aliança com um partido do talo do PT leva a postulação à viabilização concreta.
Lígia, naturalmente, sonha acordada com esse acordo.
Afinal, ela levaria três minutos de tempo de televisão, três deputados estaduais e um federal na proporcional, além de militância e o selo de Lula, que notoriamente influencia em segmentos sociais do Estado.
A recíproca também é verdadeira. A coligação garante ao petismo a eleição dos estaduais e do federal e a tão apelada vaga na senatória.
O PT sabe disso, como ninguém. E, agora que encontrou a pretendente que sabidamente provoca ciúme, vai explorar ao máximo esse charminho.
Fará mais ou menos como aquele camarada que era apaixonado por uma mocinha, mas ela nem ligava e nem dava bola. Bastou vê-lo beijando outra na praça que a pretendida rapidamente mudou o tom e já topou uma conversa mais séria.