Quem vestiu a camisa 10 da Seleção Brasileira nas partidas contra a Suíça e a Costa Rica foi o Neymar malandro, adepto da teoria de que é preciso tirar vantagem de tudo, que prefere provocar os adversários para cavar faltas, estrebucha na grama ao primeiro empurrão, e tenta fraudar o placar encenando pênaltis inexistentes.
Não deveria haver lugar para um tipo desses em um time cujo treinador já disse e repetiu tantas vezes: “Eu quero vencer por ser mais competente, mais ético e mais leal, e com a autoestima elevada. O que significa autoestima elevada? É não precisar de subterfúgio para vencer. (…) Eu não preciso da malandragem.”
Na entrevista que concedeu depois do jogo de ontem, Tite voltou a avisar a quem interessar possa: “O técnico é ético. Eu pedi para a equipe não reclamar com o juiz. Não precisamos de arbitragem para ganhar o jogo. Quero ganhar sendo mais competente.” Neymar reclamou e levou um cartão amarelo. Depois chorou a seco.
O Neymar revelado pelo Santos, e que no Barcelona viveu seus melhores momentos, foi corrompido e deixou-se corromper ao se tornar protagonista da mais cara transação da história do futebol mundial até aqui. O fascínio pelos holofotes apagou parte do seu talento. O marketing passou a ditar-lhe todos os seus passos.
Espera-se que se recupere e que volte a jogar. Se possível, antes que a Copa acabe.
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