Rejeitado por 8 em cada 10 brasileiros, o governo de Michel Temer decidiu promover uma campanha publicitária na internet. Foi ao ar a primeira peça. Mostra uma atriz, num ambiente doméstico, conversando com a câmera, como se gravasse um vídeo espontâneo para as redes sociais. Sem citar Temer nem Dilma, ela diz que o atual governo herdou um “pepino”, um país “no caos”. Mudou o rumo. Mas como “em economia não existe solução mágica”, diz ela, os resultados demoram a aparecer.
Diz a atriz no vídeo a certa altura: ”Esse governo sempre se colocou como uma ponte, já sabia que era uma tarefa inglória, que ia levar pedrada de todo o canto, que seria impopular mesmo, porque uma ponte é uma coisa que te tira da lama e te leva para um lugar legal. Ela não é um lugar legal em si, mas sem ela não dá para chegar do outro lado. O problema é que a gente só enxerga isso depois que atravessou.” Ai, ai, ai…
Dilma produziu ruína econômica, não há dúvida. Mas o fiasco de Temer é dele, não da antecessora. É a voz de Temer que soa na conversa vadia do grampo do Jaburu. Foi por opção de Temer que o Planalto trocou a reforma da Previdência pelo sepultamento de duas denúncias criminais na Câmara. Foi a caneta de Temer que nomeou cleptoministros. É Temer quem protagoniza dois inquéritos por corrupção no STF. A propaganda de Temer e o governo de Temer são feitos da mesma matéria-prima: empulhação.
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