Marina Silva aposta no voto útil para vencer Bolsonaro. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

Marina Silva aposta no voto útil para vencer Bolsonaro. Por Ricardo Noblat

19 de junho de 2018 às 10h17 Por Heron Cid
Sem tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão, sem partidos – fora o seu – que queiram apoiá-la, e com pouco dinheiro para pagar despesas de campanha, a ex-ministra Marina Silva só tem como se eleger presidente da República em outubro próximo se a sua candidatura, apesar de todas as desvantagens, for capaz de unir a maioria dos brasileiros.

Isso será possível? Possível, sim. Marina é vista pelos eleitores, mesmo por aqueles que não a admiram, como alguém que veio do andar de baixo e que sabe como poucos políticos o que é ser pobre e ter que lutar para sobreviver em um país tão desigual como o Brasil. Sobreviveu à miséria, a doenças que quase lhe custaram a vida, e aos preconceitos.

Soube abrir espaço à base de cotoveladas gentis e afirmar-se como uma figura pública que jamais abriu mão dos seus princípios. Passou incólume por todos os escândalos que destruíram a boa reputação do seu partido de origem, o PT. Serviu como ministra do Meio Ambiente ao primeiro governo Lula, mas nem por isso se deixou contaminar pela podridão do ambiente em torno.

Por duas outras vezes, já foi candidata a presidente e perdeu. Mas saiu de cada uma delas maior do que entrou. Em 2014, ao suceder como candidata a Eduardo Campos, morto em um acidente de avião, Marina chegou a liderar as pesquisas de intenção de voto. Com pouco tempo de rádio e de televisão para se defender, acabou como vítima do formidável poder de fogo da dobradinha Dilma-Aécio.

Sem Lula candidato, porque ele não o será, Marina é a segunda colocada em todas as pesquisas de intenção de voto conhecidas até aqui. Nas simulações de segundo turno, é o único nome, no momento, capaz de derrotar o deputado Jair Bolsonaro (PSL). Se assim permanecer até meados de setembro, poderá beneficiar-se do voto útil dos que admitem tudo, menos Bolsonaro presidente.

É nisso que Marina aposta. Ela insiste em ganhar ganhando, sem as concessões que poderiam levá-la a ganhar perdendo, como diz. É uma postura pouco realista, mas combina com ela. E não faz mal ao país. Pelo contrário.

Veja

Comentários