O ministro chefe de Governo, Carlos Marun, vociferou outro dia no Canal Livre, da TV Band: “Michel Temer é o governo mais perseguido de todos os tempos”.
Alvo de investigação da Polícia Federal sobre suspeitas de crimes no pagamento da reforma da casa de sua filha, Temer bradou: “Não sofro investigação, sou vítima de um esquartejamento político e moral”.
Quem fecha os olhos ouvindo essas declarações tem inevitável sensação de déjà vu.
Elas foram ditas pela então presidente Dilma Roussef, quando viu a água da lama entrando no seu quarto e o cheiro de impeachment no ar, e continuam sendo exclamadas à exaustão por Lula e próceres do petismo.
Para os de ontem, toda revelação que os deixavam nus era parte de uma grande trama para apeá-los do poder.
Os de hoje, sempre que a Justiça bate-lhes à porta ou a imprensa divulga fatos do submundo político emedebista ou tucano, prontamente se dizem vítima de uma implacável caçada.
Ontem, era golpe. Hoje, é conspiração. Eles estão cada vez mais iguais. Na prática e no discurso.