Não dizem isso de público porque seria o mesmo que elegê-lo por antecipação, e talvez direto no primeiro turno. Mas é isso o que pensam e admitem em conversas com seus principais assessores. E não somente eles, mas também políticos experientes pensam assim.
O melhor a fazer, portanto, é pegar carona com Bolsonaro. Opor-se a ele. Criticá-lo direta ou indiretamente. Tentar tomar-lhe algumas de suas bandeiras. Tudo para crescer nas pesquisas de intenção de voto e – quem sabe? – disputar com ele o segundo turno.
Marina Silva, candidata da REDE, a terceira ou quarta colocada nas pesquisas, não irá por aí, embora admita o favoritismo de Bolsonaro. Mas Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) dão claros sinais de que estão dispostos, sim, a ir por aí.
Ciro está decidido a bater de frente com Bolsonaro, e ontem chamou o deputado de boçal e de câncer a ser extirpado. Alckmin apressou-se a lançar seu programa de governo para a área de segurança e apresentou um general da reserva como seu assessor especial.
Por ora, Bolsonaro finge que não se incomoda e foge de qualquer debate com seus adversários. Por despreparado para governar, não pode arriscar-se a ver suas ideias se desmancharem se expostas ao contraditório.
Veja