O arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson, exortou os fiéis da Igreja Católica a orar pelo Brasil. Alguns mais apressados vão considerar vã à conclamação do clérigo. Outros dirão que Deus não se mete em política.
Presumidamente conhecedor teológico e da Bíblia, o religioso não jogou palavras ao vento na missa de Corpus Christ. Ele sabe que o poder divino não tem barreiras, por mais que o homem tente limitá-lo.
Para quem tem fé, e até para os que não creem, Deus é Deus em tudo. Ele tem soberania para interferir onde quiser, desde que seja verdadeiramente invocado para causas justas, alinhadas com seus princípios.
O homem é que no seu egocentrismo rejeita o governo divino e tenta fazer do seu jeito. E as experiências mostram que sempre fracassamos quando do nosso modo.
Haverá quem diga: o Brasil é um país autoproclamado de maioria cristã e cheio de fé. O poeta paraibano Hebert Viana balança essa convenção na sua canção Alagados: “A arte de viver da fé/ Só não se sabe fé em quê”.
Em quê, realmente, os brasileiros têm crido? Algo a se pensar…
Orar pelo País, pela transformação desse estado de coisas, para que se levante um povo com temor e respeito à autoridade suprema, e dirigentes comprometidos em servir, é mais do que uma alternativa, é uma necessidade.
Mas não basta apenas a súplica. Na palavra oração há duas invocações. Orar, de prece, vem acompanhado do complemento “ação”. Um adendo, portanto, à pregação de dom Delson. Orar e agir.