O que era disputa jurídica nos tribunais, agora desceu de vez ao terreno do enfrentamento político, na essência da palavra.
Desde ontem, o governador Ricardo Coutinho propaga ameaça pelos canais oficiais e oficiosos a suspensão de obras, serviços e até de convocação do recém-convocado concurso da segurança pública.
Justificativa? A decisão do STF de obrigar o Estado a repassar o duodécimo a que o Tribunal de Justiça da Paraíba tem direito, represado e contingenciado ao longo de anos.
A fala do governador tem objetivo presumido: criar ambiente de comoção social, vitimização do Governo e demonização do TJ, pintando-o como um poder egoísta e capaz de fazer mal ao Estado para matar a sede de mais recursos.
Também na esteira política, o advogado Eitel Santiago, patrono de ação do mandado de segurança do Tribunal, devolveu na mesma moeda da receita de economia dada frequentemente pelo governador ao Poder.
Santiago sugeriu cortes no que chamou de “mordomias da Granja Santana”, campanha antecipada de seus candidatos e desperdícios gerenciais da gestão.
“O que não pode é propagar que os fracassos em alguns setores do seu governo decorrem de uma decisão do STF que se limitou a determinar que ele repasse os recursos orçamentários necessários ao funcionamento de outro poder”, contratacou.
Certamente, ouvirá tréplica do socialista, porque, ao que tudo indica, Ricardo vai terminar o governo como começou: em guerra.