É cedo para dizer quem ganha mais com a desistência de Joaquim Barbosa. À primeira vista, Marina e Ciro Gomes se livram de um concorrente no campo da centro-esquerda. Mas o ex-ministro do Supremo também seduzia o eleitorado conservador. Ameaçava tirar votos de Jair Bolsonaro e bloquear de vez o crescimento de Geraldo Alckmin.
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, diz que a saída do outsider só eleva o grau de incerteza da eleição presidencial. “Barbosa tinha um grande potencial de crescimento, e poderia atrair quem está fatigado do Fla-Flu político. Agora este eleitor continuará em busca de alguém que o represente”, avalia.
Em abril, o ex-ministro despontou com 10% das intenções de voto no Datafolha. “Era o recall do julgamento do mensalão. Mas isso representava apenas a largada dele como candidato”, lembra Paulino. “Barbosa tirava votos de todos os lados. Do PT, do Bolsonaro, do Alckmin…”, enumera.
O Globo