Sem foro, juízes de 1º grau e MP passam a ter um poder descomunal. Por Reinaldo Azevedo – Heron Cid
Bastidores

Sem foro, juízes de 1º grau e MP passam a ter um poder descomunal. Por Reinaldo Azevedo

3 de maio de 2018 às 11h08 Por Heron Cid

Tenha o Supremo ou não a decência de estender a restrição de foro especial às demais funções, o fato é que a Câmara dos Deputados não pode esperar: tem de pautar a Emenda Constitucional já aprovada no Senado que passa o rodo no foro especial, preservando-o apenas para os respectivos presidentes dos Três Poderes e o procurador-geral da República.

Se a mais nobre das atividades da democracia, que é o exercício do Poder Legislativo, pode ficar exposta ao voluntarismo do Ministério Público, titular da ação penal, e dos juízes de primeira instância estaduais e federais — caminhando para 19 mil!!! —, então as funções menos nobres também podem. Não é o que grita, afinal, a sede de moralização das ruas?

É claro que isso vai conferir a essas duas categorias, Ministério Público e juízes de primeiro grau, um poder descomunal. E a realidade em curso indica, lamento dizer, que eles não sabem direito como empregá-lo. Não sei se notaram: no mais das vezes, eles querem mesmo é governar.

Ocorre que Roberto Barroso e a turma da violação coletiva da Constituição nos empurra para isto: para a virtual paralisia do poder público. E não tardará para que comecem guerras no interior das próprias corporações.

Já afirmei aqui e reitero: há setores importantes do próprio judiciário — o que resta de lucidez em associações de juízes — que começaram a vislumbrar o quadro de bagunça. Como não se tem uma lei decente que puna o abuso de autoridade — afinal, disseram que seria contra a Lava Jato —, o país estará entregue a essas duas corporações e suas divisões internas.

Haverá, como já hoje entre Polícia Federal e o próprio MPF, uma disputa por alvos e vítimas.

Nenhum país faz feitiçaria constitucional impunemente.

A coisa é mais grave do que parece.

RedeTV

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