Aos pouquinhos, a ficha do PT vai caindo. A despeito das negativas oficiais, intensifica-se no interior do partido o debate sobre a inevitabilidade de colocar em pé um plano de contigência para a sucessão de 2018. Até aqui, essa discussão vinha sendo travada nos subúrbios do PT. Mas a análise das alternativas começa a migar em direção ao centro decisório da legenda. Convém prestar atenção ao movimento. Ele pode ter enorme influência na eleição.
Condenado por corrupção em segunda instância, Lula ficou inelegível. Mas continuou fazendo pose de presidenciável. Preso, virou um inédito candidato por correspondência. Ele dita cartas aos advogados. Que são transmitidas para plateias companheiras pela ré Gleisi Hoffmann. Isso anima os cultos à divindade petista. Mas não resolve o problema eleitoral.
O PT sabe que a foto de Lula não estará na urna. Mas não cogitava trocar o ficha-suja antes que ele fosse barrado pela Justiça Eleitoral, em agosto. Um pedaço do partido diverge. E a divergência transbordou. Amigo de Lula, Jaques Wagner já menciona abertamente a hipótese de o PT apoiar um nome de outra legenda. O primeiro da fila é Ciro Gomes. O movimento colocaria Ciro com um pé no segundo turno. E ele arrastaria um vice petista.
Hoje, o futuro do PT está atrás das grades. Mas Lula talvez libere o partido para navegar. Pragmático, Lula sabe que, em política, o pior tipo de naufrágio é o da embarcação que nem saiu do porto.
UOL