Hoje, Dia do Trabalho, 13 milhões e setecentos mil brasileiros estão fora das comemorações.
Esse é o exército de desempregados, segundo números recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas.
Ontem, o presidente Michel Temer fez um discurso em cadeia nacional. Pediu para que esses trabalhadores fora dos postos de emprego não percam a esperança.
Chega a ser irônico. Para não chamar de ridículo.
Temer assumiu sob a expectativa de barrar o assombroso desemprego (12 milhões) gerado pelo desgoverno de Dilma Rousseff. O que fez? Cavou mais o fundo do poço.
Na verdade, o brasileiro vive este Dia com a inevitável sensação de que nossos governantes só atrapalham, só dificultam nossa vida. Do Executivo ao Legislativo. Às vezes, essa máquina feita pra dar errado conta com considerável colaboração da lerdeza do Judiciário.
O Brasileiro chega a este Dia do Trabalho com o sentimento de quem bate em portas que nunca se abrem. E, nesse caso, não falo das portas de fábricas, indústrias e lojas.
É a porta da consciência (ou da falta dela) da nossa representação política e de toda a estrutura pública que corrói mais do que constrói.
O Brasil segue, não por ela, mas apesar dela.
A porta aqui é da casta que mal bate o ponto, mas não tem salário descontado.
Um pequeno grupo de privilegiados que trabalha pouco e ganha muito.
Um contingente restrito dos que contam com auxílios e jetons para todos os gostos, verbas indenizatórias, passagens e moradia inclusas no contracheque.
Hoje, os verdadeiros trabalhadores e geradores de emprego bem que gostariam de olhar nos olhos de certos vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores e setores do funcionalismo público para dizer uma só frase: você está demitido!
