Trombeteada na sexta-feira, a vontade de Michel Temer de circular durou escassas 48 horas. No sábado, o presidente desfilou seu índice de impopularidade de 70% na Expozebu, na cidade mineira de Uberaba. Nesta segunda-feira, levaria seus 2% de intenção de votos para passear na Agrishow, uma feira agropecuária de Ribeirão Preto. Desistiu. Tomou o jato presidencial de volta para Brasília já no domingo.
Com a sirene da Polícia Federal e da rejeição popular azucrinando-lhe os ouvidos, Temer não sabe se visitará na quinta-feira o Hospital do Câncer, em Ribeirão Preto. E já cancelou o compromisso seguinte: um périplo de dez dias pela Ásia. A despeito dos conselhos de caciques políticos e da marquetagem, O presidente preferiu permanecer encastelado.
É como se a ficha de Temer caísse. No Brasil, conviverá com o risco de vaias e de protestos a cada deslocamento. No estrangeiro, será crivado de perguntas sobre um tema que o aborrece: o inquérito sobre propinas no setor portuário. Na quarta-feira, sua filha Maristela Temer, brindada com a reforma de uma casa, será interrogada pela PF. Se voasse para o exterior, Temer seria interrogado nas entrevistas sobre três assuntos: Maristela, Maristela e Maristela.
UOL