O “polo popular, democrático e progressista”, defendido por Fernando Henrique Cardoso no seu último livro, o recém-lançado “Crise e Reinvenção da Política no Brasil”, deu nesta segunda-feira (23) um passo à frente significativo: Ciro Gomes, Fernando Haddad, Delfim Netto e Luiz Carlos Bresser-Pereira reuniram-se pela manhã. A concordância deles quanto ao que fazer foi completa.
Concordaram, por exemplo, em não convidar Fernando Henrique para o próximo encontro do quarteto, marcado para daqui a um mês. “Converso com todo mundo, mas acho que FHC não quer nada comigo”, disse Ciro Gomes, o último a chegar, às 11h30, e o primeiro a tirar a gravata.
“O apoio do Fernando a João Doria Jr. e o flerte com Luciano Huck mostram que ele não busca criar um ambiente que ajude o Brasil a ir para a frente”, disse Delfim Netto. Nenhum dos quatro acredita que Geraldo Alckmin chegará ao Planalto.
“É a centro-esquerda que tem chances reais”, opinou o ex-prefeito Fernando Haddad. Tanto ele quanto Ciro Gomes acham possível que o PDT e o PT formem uma chapa conjunta já para o primeiro turno, com Haddad como vice.
O responsável pelo encontro, o professor José Márcio Rego, da FGV, lembrou que setores da direção do PT não viram com bons olhos as conversas do ex-prefeito com Ciro. “Já está tudo bem”, informou-lhes Haddad. “Até brinquei com gente do partido, dizendo: vocês diziam que eu era muito técnico, mas quando começo a fazer política, reclamam”.
Folha