Nove em cada dez petistas paraibanos se ressentem do papel irrelevante na eleição de 2018 a que o partido fora condenado pelo seu principal aliado no Estado, o PSB do governador Ricardo Coutinho.
Há um grande esforço para manter as aparências públicas e esconder as insatisfações internas, agravadas com o ato socialista de lançamento da candidatura do deputado Veneziano Vital ao Senado e as tratativas paralelas com o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP), líder do Governo Michel Temer na Câmara, ambos considerados desafetos do petismo.
O PT já percebeu que funcionará para o PSB como legenda acessória, sem qualquer importância estratégica e fadada a entrar na aliança a reboque dos gestos políticos de Ricardo em favor de Lula.
A direção da legenda está preocupada com essa duríssima realidade. Esse cenário se soma ao prenúncio de candidatura do PSB à Presidência e a necessidade de o PT ter um palanque estadual para seu candidato, o iminente e ainda desconhecido substituto de Lula.
O quadro leva dirigentes a pensarem seriamente na alternativa de uma candidatura própria do PT para cumprir o papel de defender o projeto nacional e de marcar posição entre um eleitorado dividido e cuja fatia considerável apoia Lula e as chamadas ‘políticas de esquerda’. Nomes do partido já estão sendo sondados.
O PT sabe que corre o risco de sair ainda menor do que entrou. Por outro lado, considera que é o caminho de uma saída honrosa. Pode até sair derrotado, eleitoralmente, mas pelo menos não deixa o pleito conceitual e politicamente humilhado.