A aceitação do prosseguimento da investigação contra o senador Aécio Neves, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, começa livrar o Brasil da incômoda sensação de que a lei no País vale para todos, menos para os tucanos.
Até agora, na Lava Jato, praticamente toda a teia partidária foi arrolada, investigada, julgada e condenada. Do PT ao PMDB.
O PSDB está de fora. Uma constatação muito utilizada como parte do álibi do PT para amortecer o peso das acusações e condenações contra seus líderes, como o ex-presidente Lula.
O que é uma meia verdade. Os tucanos implicados tiveram a sorte de não cair nas mãos do juiz Sérgio Moro, da Vara Federal de Curitiba.
Todos os investigados foram blindados até aqui pelo famigerado foro privilegiado e contam com o privilégio de só serem alvo de processos diretamente no Supremo, cujo ritmo é conhecidamente lento e a rigidez é leniente.
O ex-governador Eduardo Azeredo, do Mensalão mineiro, já foi condenado lá pelas Minas Gerais, mas vem procrastinando a sentença com os intermináveis recursos.
É a vez de Aécio. O “mineirinho” agora é oficialmente réu, quase um ano depois de ter sido flagrado pedindo e recebendo propina e tramando contra a Lava Jato, temida de A a Z pelos político brasileiros.
Aécio não terá como fugir mais. Chegou a hora de acertar as contas com a Justiça, da qual dificilmente escapará ileso diante dos malfeitos cometidos. O Brasil, que quase caiu na lábia dele, agradece.