Ninguém, por mais experiente que seja, chegaria a imaginar, nem em sonho, o cenário desenhado hoje na política paraibana, após o emblemático 7 de abril.
Quem imaginaria que, em vez de Luciano, o nome mais cotado desde o ano passado, Lucélio Cartaxo seria o candidato do grupo do prefeito da Capital?
Quem adivinharia o PSDB, que tanto evitou ao máximo a definição de apoio em torno de Luciano, terminaria por jogar a toalha e, no final das contas, anunciando apoio a Lucélio, depois de ter sido tão reticente quanto ao irmão gêmeo?
Poucos apostariam fichas na manutenção da candidatura de João Azevedo, alvo frequente de dúvidas e especulações de nova substituição dentro do próprio Governo, à semelhança de 2016 na Capital?
O quadro que estamos a assistir, pelo menos até as convenções, era o menos vislumbrando pelas cabeças coroadas da política e da crônica da área.
Além de Lucélio e João, o páreo ainda tem José Maranhão, o único da oposição que realmente fincou o pé e não recuou, e a vice-governadora Lígia Feliciano, esta, diferente dos demais, não dependente de desincompatibilização e nem de partidos, pois pode ser candidata no cargo e por um partido que controla.
A roda viva da eleição da Paraíba mudou tudo, mas – e por isso mesmo – deixa um aviso aos navegantes: não se sabe para qual destino ela vai até as definições oficiais.
Por que, aqui, o tempo – tal qual na canção de Chico Buarque – costumar rodar num instante.