Sistema de blindagem trinca após prisão de Lula. Por Josias de Souza – Heron Cid
Bastidores

Sistema de blindagem trinca após prisão de Lula. Por Josias de Souza

11 de abril de 2018 às 09h30 Por Heron Cid
Supremo Tribunal Federal, em Brasília

Começam a surgir os primeiros sinais de que a prisão de Lula pode provocar rachaduras no sistema nacional de blindagem de maracutaias. São sinais alvissareiros. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal marcou para terca-feira da semana que vem o julgamento da denúncia contra Aécio Neves.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais julga no dia 24 de abril o recurso do mensalão mineiro do PSDB, cuja rejeição levará para a cadeia o tucano Eduardo Azeredo. A Polícia Federal realizou batidas de busca e apreensão num inquérito ligado ao presidente do Senado, Eunício Oliveira.

Tudo isso acontece num instante em que o PT se diz vítima de perseguição política, o PMDB sustenta que a Lava Jato está criminalizando a política e o PSDB se finge de morto como se a lama não tivesse atingido as suas plumas. Em ano de eleição, é bom que o eleitor perceba que os principais partidos agem para minar a democracia. Não se deram conta de que pior do que os crimes é o esforço para encobri-los.

Como se fosse pouco, um juiz federal de Brasília enviou ao banco dos réus amigos e operadores de Michel Temer. Fez isso numa ação penal em que o presidente só não está encrencado porque a Câmara congelou a denúncia, impedindo que o Supremo tocasse a apuração.

Contra esse pano de fundo, o esforço para alterar a regra que permite a prisão de condenados na segunda instância, como Lula, não passa de uma tentativa de restaurar o sistema de blindagem de corruptos. O Supremo precisa dizer de que lado está.

UOL

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