José Artigas e Gustavo Tavares, dois cientistas políticos da UFPB, duas visões distintas, convergiram ontem em alguns aspectos durante análise do novo cenário eleitoral paraibano, no Frente a Frente, da TV Arapuan.
O governador Ricardo Coutinho será testado, como nunca, no papel de cabo eleitoral para empinar e tornar empolgante a pré-candidatura do ex-secretário João Azevedo, que até o 7 de abril enfrentava dificuldades de deslanchar na proporção esperada.
Coutinho terá que superar um histórico de pouco sucesso nessa matéria, a julgar pelos históricos em João Pessoa com Estela Bezerra e Cida Ramos, frisam os dois analistas.
Na opinião deles, a vice-governadora Lígia Feliciano pode não ter potencial suficiente, no momento, para ser candidata em faixa própria, mas pode atrapalhar a depender de suas decisões políticas daqui pra frente.
O desempenho parlamentar do deputado Pedro Cunha Lima é reconhecido, o que lhe dá uma bandeira para se credenciar a disputar o Governo, porém sua juventude e ausência de experiência administrativa são entraves que o aconselham a ir para a reeleição.
Por último, para a Oposição, o nome de Lucelio Cartaxo aparece como o mais viável num acordo entre o prefeito Luciano Cartaxo e o senador Cássio Cunha Lima, pensam Artigas e Tavares.
E elencam as razões: o fato de já ter sido testado nas urnas como candidato ao Senado e com desempenho surpreendente de 500 mil votos, o de representar o maior colégio eleitoral e de ter familiaridade com a gestão de João Pessoa, liderada pelo irmão.
Lucélio – que tem forte presença na construção das políticas públicas de João Pessoa e identidade com Luciano – carrega a tarimba política e de articulação desde os tempos de movimento estudantil na UFPB, teria o perfil de agregação.
Na visão dos dois observadores, uma sentença: se unir a Oposição, Lucélio – detentor de baixa rejeição – é um candidato para não ser subestimado no histórico de eleições acirradas e resultados imprevisíveis da Paraíba.