O governador Ricardo Coutinho já conseguiu um grande feito. Com seu suspense e habilidade retórica, imobilizou adversários e paralisou aliados. Isso até a Oposição precisa reconhecer.
O prazo, porém, acabou. Esse mistério, Ricardo não tem mais como postergar, como ele próprio chegou a admitir que gostaria em entrevista anteontem ao autor do Blog e a Adriana Bezerra, no Rádio Verdade, da Rede Arapuan de Rádios.
Coutinho não pode mais fugir. Hoje, na balança, a escolha entre perdas e ganhos. A reflexão sobre o que mais ganha e o que mais perde seja ficando no Governo por mais nove meses, seja renunciando para ficar apto à eleição de 2018 com provável mandato de oito anos no Senado.
Mas é impossível ignorar uma realidade.
Para ganhar, Ricardo terá de perder algo, independente de sua escolha.
Se decidir ficar, ganha mais um período de Governo e preserva o poder até 31 de dezembro. Entretanto, perderá a eleição confortável de senador para apostar todas as suas fichas no próprio potencial de cabo eleitoral e no desempenho do ex-secretário João Azevedo.
Se sair, começa a pavimentar a sua eleição para o Senado, garante presença de peça vital no tabuleiro da eleição, embora não tenha como deixar de contabilizar a perda do controle de uma gigante máquina.
Não tem jeito. Para Ricardo, hoje será dia de optar por uma perda. A sabedoria já ensina; para ganhar, às vezes é preciso perder.