A semana: Lula lá, Ricardo cá – Heron Cid
Opinião

A semana: Lula lá, Ricardo cá

2 de abril de 2018 às 11h08 Por Heron Cid
Em Brasília, STF define futuro de Lula; na Paraíba, escolha de Ricardo dita estratégias até de adversários

A semana promete. A começar por Brasília. O futuro do ex-presidente Lula (PT) está nas mãos do Supremo Tribunal Federal.

O resultado do julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa do petista representará muito sobre sua situação jurídica e eleitoral.

A concessão do pedido dá fôlego ao PT de remotas expectativas de participação de Lula no pleito, a grande aposta do partido.

Refletirá enormemente no recuo da interpretação de prisão já na segunda instância. Assim, o ex-líder sindical poderá se manter na disputa pendurado em recursos e liminares, seguindo a velha lógica de matar o Judiciário do cansaço com uma fazenda de recursos até o chamado trânsito em julgado.

Negado o HC, Lula não terá mais como fugir da prisão. Preso ou inelegível, o manda-chuva do PT deverá vestir a manta de mártir e apoiar outro nome da legenda, com parcas chances de êxito. O PT é Lula. Sem Lula, não há PT.

Na Paraíba, semana também de definições com força e repercussão eleitoral. Atenções totalmente dirigidas à decisão do governador Ricardo Coutinho.

A escolha de Ricardo por cumprir integralmente seu mandato ou pela renúncia para disputar mandato em 2018 é tão relevante que ninguém na política paraibana ousa fazer qualquer estratégia antes de conhecer o veredicto do socialista.

Sua opção – seja ela qual for – tem poder para ressoar em todos os horizontes políticos do Estado.

Se ficar, irá ao sacrifício para apostar todas as fichas na incógnita da eleição do secretário João Azevedo. Colocará assim todo o seu projeto nas mãos do desempenho de João.

Saindo – a hipótese mais em voga pelas evidências e sinais – garantirá de cara sua longevidade política com um provável mandato de senador, com a perspectiva de ser a estrela e maior cabo eleitoral da campanha do companheiro de partido.

Porém, sem o controle do Governo, que nesse cenário passaria às mãos da vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), corre o risco de amargar defecções na base e perder apoios ao projeto de fazer de Azevedo o seu sucessor.

Dia 4, quarta-feira, devemos conhecer o desfecho do tema Lula. Dia 6, sexta-feira, um capítulo importante da eleição de 2018 será conhecido na Paraíba.

É uma semana que influenciará em todas as demais deste ano.

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