Vamos torcer para que se chegue à autoria dos tiros que atingiram o ônibus que integra a caravana do PT. Trata-se de um ato criminoso. Mas eu não me negarei, não, a analisar o ambiente político em que foram disparados.
Neste blog, na coluna “Pela Ordem!”, no RedeTV! News, no programa “O É da Coisa”, na BandNews FM, nos meus comentários na Rádio Bandeirantes e na minha coluna semanal na Folha, fiz sucessivos alertas contra a desordem institucional em curso. O Ministério Público Federal, sob o comando de Rodrigo Janot, passou a se comportar como partido político. E assim continua. A permanente agressão à lei e ao decoro praticada por procuradores passa por espírito cívico, já que atuam sob a bandeira da suposta moralidade.
O clima de centro acadêmico, com juízes se comportando como adolescentes birrentos, chegou ao Supremo. A tensão em curso envolvendo o julgamento do habeas corpus preventivo de Lula é uma aberração inventada por Cármen Lúcia e por alguns doidivanas que lhe dão suporte no tribunal. A ministra transformou o que deveria ser um rito puramente jurídico num ato político, disposto a inflamar não as ruas — porque não há massas a se ocupar do caso —, mas os extremistas.
Vigaristas e pilantras que conhecem bem a Constituição — alguns com togas nos ombros — sabem, como o sabem os decentes, que não há excepcionalidade nenhuma no exame que faz o STF do habeas corpus de Lula. Como não haveria, e seria o desejável, se antecedido pela votação das Ações Declaratórias de Constitucionalidade.
Mas Cármen Lúcia, pistoleiros nas redes sociais e até em veículos de comunicação e setores da imprensa transformaram atos normais de uma corte numa grande conspiração política. E isso, acreditem, estimula a coragem dos idiotas, dos covardes e dos criminosos.
Reitero. Não foi falta de alerta. E mais violência virá por aí se procuradores não voltarem à casinha, se juízes não voltarem à casinha, se políticos não voltarem à casinha, se jornalistas não voltarem à casinha, se ministros do Supremo não voltarem à casinha.
Qual casinha? A da Constituição.
RedeTV