Há tempos a Universidade Estadual da Paraíba vive debaixo de um guarda-chuva de incertezas. A tão invocada autonomia orçamentária na prática é objeto quase mensal de negociações e interpretações na relação com o ente provedor, o Governo do Estado.
A instabilidade faz a UEPB gerenciar permanente tensão. Um quadro que ameaça até o pagamento regular do décimo terceiro de sua folha, quanto mais seu crescimento, fortalecimento e expansão.
O que fazer para garantir à Universidade vida longa e blindagem definitiva? O professor Thompson Fernandes Mariz, ex-reitor da UFCG e ex-secretário de Planejamento do Estado, tem uma proposta.
Ele defende a federalização da UEPB como saída consistente para afastar a entidade de riscos, oscilações e insegurança.
No Rádio Verdade, da Rede Arapuan de Rádios, Mariz explicou que sua tese beneficia o Estado duplamente.
Presenteia a UEPB com estabilidade (Thompson defende as garantias dos direitos adquiridos dos servidores e docentes) e deixa à Paraíba um saldo anual superior a R$ 1 bilhão (orçamento da Universidade) para investimento maciço em ensino fundamental e profissionalizante.
Esse último, um volume de recursos com potencial para dar ao Estado um diferencial na Educação, política redentora para qualquer unidade da Federação, quanto uma débil Paraíba.
A sugestão faz todo o sentido.
Obviamente, por ser polêmica, encontrará resistências, desconfianças e receios de parte da UEPB, mas também despertará interesse de outra parcela a refletir, sem preconceitos, sobre a alternativa.
No mínimo, é um caminho que merece ser debatido. E, o emblemático 2018, é o ano ideal.
Pausa para uma pergunta. De que vale uma ‘autonomia’ na letra fria da Lei, quando na prática a realidade é de total dependência e pires na mão? O debate pode começar por essa reflexão.