O que pode alçar uma pessoa à categoria das pessoas especiais são suas ações para o bem ou para o mal – o cargo que ocupa não importa ou importa menos. A lei não distingue entre homens comuns e incomuns. Mas a Justiça dos homens, infelizmente costuma distinguir.
Por se julgar um homem incomum, assim como Lula e tantos outros se julgam também, Michel Temer não perde uma ocasião para tentar constranger a Justiça. Acha-se perseguido por ela. Em troca, persegue seus favores e esquece o que ensinou como professor de Direito.
Na última sexta-feira, sob a desculpa de se tratar de “um debate acadêmico”, despachou uma carta para a procuradora-geral da República Rachel Dodge protestando contra a inclusão do seu nome na lista de políticos investigados por receber dinheiro da Odebrecht.
No último sábado, sob o disfarce de discutir a intervenção federal no setor de segurança pública do Rio de Janeiro, visitou na casa dela a ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). O sigilo bancário de Temer foi quebrado pelo STF em outra investigação.
Não ocorre a Temer que tais iniciativas só o rebaixam, e ao cargo que provisoriamente exerce de presidente da República? E que acabam reforçando as suspeitas de que ele tem algo a temer? Por delicadeza, a ministra o recebeu. Mas foi visível seu desconforto ao despedir-se dele.
De resto, a visita fora de fora deixou Cármen Lúcia numa saia justa. Como ela se negará a receber daqui para frente outros visitantes incômodos? Se Lula batesse à sua porta, o que ela faria?
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