Trinta e seis dias antes do fatídico 7 de abril, o prefeito Luciano Cartaxo se livrou de pressões e expectativas e antecipou a decisão de ficar na Prefeitura de João Pessoa.
Essa espada, Cartaxo já tirou da cabeça. Mas ela paira principalmente sobre o governador Ricardo Coutinho, e, em menor escala, pelo cenário de hoje, sobre o prefeito Romero Rodrigues.
Ricardo tem oscilado entre um discurso efusivo de que não haverá mudança de governo, ou seja, afastando a renúncia, ao tempo que faz claros movimentos contrários e deflagra ambiente de despedida.
Foi assim na antecipação do Orçamento Democrático, a primeira e única em oito anos de gestão, na inauguração do seu próprio Memorial, onze meses antes do final oficial do mandato, e agora na convocação de concurso da PM para 23 de março.
Todo um script está montado. Integrantes do time de honra do Governo chamam isso de “passaporte”. O de Ricardo, pelo visto, está prestes a ser carimbado.
A questão: ele levará essa novela até as cenas finais ou se antecipará, como fez Luciano, em João Pessoa?
Por tudo que está posto e exposto, é a sua permanência no cargo, até o fim, que será surpresa. A saída aparenta ser um caminho que não trará novidades à praça.
A marcha do desfecho entra em aceleração: 30 dias, apenas, separam a dúvida da certeza.