Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, por exemplo, não tem tempo para brincar de candidato a presidente da República. O dele acabará em 7 de abril quando se esgota o prazo para que troque de partido. No PSD, onde se abriga, não poderá ser. O PSD apoiará Geraldo Alckmin (PSDB).
Rodrigo Maia (DEM-RJ) poderá brincar de candidato à sucessão de Michel Temer até chegar a hora, ali por junho ou mesmo antes, de o seu partido coligar-se com o PSDB para apoiar Alckmin. Então Maia será candidato a mais um mandato de deputado federal.
Na verdade, Barbosa nem chegou a brincar de candidato a presidente. Quis brincar. Admitiu brincar. Mas sempre desconfiou da disposição do PSB em apoiá-lo. Fez bem. No partido, maior é a força do Norte e Nordeste que ainda sonham com Lula de volta.
Tempo mesmo para brincar até julho, quem tem é Temer. Por isso não lhe fez mossa a mais recente pesquisa de opinião Barômetro Político Estadão-Ipsos divulgada ontem. Temer aparece com apenas 4% de aprovação. A pesquisa foi aplicada antes da intervenção federal no Rio.
De fato, só quando a intervenção produzir seus efeitos é que as chances de Temer influir na escolha do seu sucessor poderão ser mais bem avaliadas. Porque é somente isto que ele aspira: ser ouvido até o último dos seus dias no governo. Gosta do jogo. Não quer abandoná-lo.
A sete meses das eleições, o elenco de candidatos viáveis para a disputa da vaga de Temer no primeiro turno resume-se a Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (REDE), Ciro Gomes (PDT), Alckmin e um nome qualquer do PT. Manuela d’Ávila (PC do B) e Guilherme Boulos (PSOL) serão figurantes.