Diz um ditado popular que ninguém é bom juiz em causa própria. Ao ler recentemente a mensagem do Executivo à Assembleia, em solenidade oficial, o governador Ricardo Coutinho lapidou esta frase: “A Paraíba está melhor”.
Em quase três horas de leitura, o socialista fez uma prestação de contas do seu mandato, das ações, investimentos e programas implementados no Estado.
A sentença do ‘juiz’ Ricardo pode até ser parcial, porque, em essência, fala de si mesmo, mas esse veredicto não é isolado dele e nem muito menos dos seus aliados e correligionários.
É, de fato, uma avaliação majoritária dos paraibanos e das paraibanas, bordão que costumo usar em programas de rádios e televisão.
Com imodéstia e tudo, este Blog é um dos poucos espaços da imprensa a servir, com equilíbrio, para críticas a certas posturas autoritárias, outras contraditórias, e cobranças em áreas cujos resultados ainda são longe do que a população espera. A segurança é o maior exemplo.
Nada que constranja a independência e justiça para reconhecer méritos. Sob a égide de Ricardo Coutinho, a Paraíba experimenta período de avanços e mudanças.
Avanços concretos na infraestrutura básica, programa de estradas, de intervenções na mobilidade urbana da Capital à gestões ousadas na área hídrica, como a Transparaíba.
O Governo tem um acervo real de obras: seja as de vulto, como um portentoso Centro de Convenções, ou as de menor porte, tipo a ligação asfáltica de município como Carrapateira.
Mudanças de paradigmas exemplificadas no deslocamento do foco nas atividades meio para as atividades fim. Ricardo saiu da lógica do pagamento da folha e da manutenção de certos privilégios e cortou gorduras no serviço público. Rompeu com o até então intocável ‘funcionalismo público”.
Apesar de cometer exageros e penalizar algumas categorias, opção política deu capacidade de investimento próprio do Estado, a que possibilita combinar pagamento em dia, em meio à crise, e cronograma de andamento de obras.
Entre 100 mil contracheques de gente já alcançada pelo braço do Estado e os três milhões de pessoas fora do “sistema”, o governo escolheu a segunda fatia.
Se o Empreender, sucesso na sua gestão em João Pessoa, não conseguiu repetir o mesmo êxito no Estado, o Orçamento Democrático, com sua dinâmica de ausculta cidadã, o Gira Mundo, na inédita oportunidade de oferecer a alunos da rede pública a oportunidade de intercâmbio educacional e cultural, são ilustrações de um olhar diferenciado.
Dá para, fácil e rapidamente, chegar a esta conclusão positiva, dispensando o fausto trabalho de 50 laudas de texto ou o gasto de três horas de discurso.
Por esses e muitos outros conhecidos fatores, pode-se afirmar: a Paraíba está melhor (sem aspas). E para reconhecer isso, não precisa ser aliado, correligionário ou contemplado.
Basta apenas uma dose de bom senso, condição também inerente a quem tem a ousadia de manter espírito crítico, quando o status quo manda imperar o tolo e pouco inteligente maniqueísmo. A começar do próprio Governo.