Até as xícaras da Granja Santana sabiam (e admitiam) que a unidade da Oposição na Paraíba ameaçava seriamente a permanência de um socialista morando e despachando por lá a partir de primeiro de janeiro de 2019.
A chamada perspectiva do poder, até ontem, estava situada majoritariamente no cenário de vitória da Oposição, com a natural candidatura do prefeito Luciano Cartaxo – o nome mais competitivo, ao Governo.
O movimento de Luciano pela retirada do páreo mudou completamente esse quadro. Ainda que fique na Oposição, hipótese razoável, e ofereça o irmão para uma vaga na chapa, não é mais a mesma coisa.
Uma coisa é ser o candidato. Outra, totalmente diferente, é pedir o voto. Isso vale para Luciano e para o governador Ricardo Coutinho.
Não que a Oposição tenha perdido as chances de vencer o embate ao Governo, mas é inegável que ela perdeu o perfil mais apropriado para vencer o Palácio.
Indiretamente beneficiado com a opção de Luciano, Ricardo viu sair do caminho o candidato mais temido e agora tem caminho menos árido para refletir e compor.
Até a candidatura do secretário João Azevedo, aparentemente sufocada pelo debate localizado na Oposição, voltou a respirar. Viverá com fôlego ou voltará aos aparelhos a depender da decisão de Coutinho, em 7 de abril.
Com a Oposição agora tendo que quebrar a cabeça para escolher um candidato, o Governo recupera espaços e forças no imaginário da política.
Eis os desafio dos adversários do PSB agora. Quem andava na planície, agora precisará subir a ladeira.
O ponteiro da balança da perspectiva do poder girou 180 graus.