Na política, há várias formas de alianças: explícitas e, portanto, formais, e as implícitas. Nem sempre apoios oficiais representam resultados práticos e recíprocos.
Não por acaso, líderes partidários buscam, além do acordo político, maneiras de amarrá-los. Isso sempre se repete nas escolhas dos vices e dos suplentes de senadores.
Agora, por exemplo, o senador Cássio Cunha Lima vê na presença de Lucélio Cartaxo na sua suplência método eficiente para penetrar na militância cartaxista e no eleitorado pessoense. Lucélio, por sua vez, mantém foco na disputa à Assembleia.
Luciano Cartaxo, por outro lado, precisa do envolvimento do prefeito Romero Rodrigues na campanha. Nada melhor do que ter na sua vice alguém com a identidade do tucano.
Todos eles sabem, entretanto, que a fórmula pronta nem sempre é suficiente.
No caso de Cartaxo, a tomada de decisão pela renúncia é complexa e delicada demais, sobretudo, num cenário de tanta nebulosidade.
Quando veio a público ontem, no Rádio Verdade – da Rede Arapuan de Rádios – o secretário Zennedy Bezerra não falou uma palavra por acaso.
Num discurso milimetricamente calculado, Bezerra deixou uma tradução do que pensa hoje a nata do grupo cartaxista.
Foi enfático ao dizer que Luciano precisa, além do PSDB, de uma frente ampla – incluindo partidos pequenos e médios.
Isso representa mais do que uma necessidade. Expressa um pé atrás do tamanho da distância de João Pessoa à Campina Grande.
Por que em política há duas coisas distintas em alianças. Uma coisa é querer aliança para se eleger. Outra, bem diferente, é querer que o outro se eleja junto.
De lado a lado, busca-se identificar quem quer o quê…