De todos os pré-candidatos ao Governo da Paraíba, nenhum deles exibe mais disposição e entusiasmo do que o senador José Maranhão.
Nas entrevistas, ele não titubeia. Nos bastidores, exala fome pela volta ao quarto mandato de governador.
Acredita que o cenário de muitas incertezas favorece a quem tem currículo e imagem limpa.
Mas é no próprio MDB, partido que comanda com mão de ferro e controle total, que Maranhão enfrenta o seu maior obstáculo.
Fora seus ex-secretários e auxiliares diretos, nenhuma liderança com mandato e voz no partido está convencida de que este é o melhor caminho para a legenda.
Os poucos que defendem publicamente a candidatura, o fazem por dois fatores: ora estratégia pessoal de valorização, ora deferência a figura do líder maior.
Nenhum deles foi contagiado pela empolgação e convicção inabalável do experiente dirigente partidário.
O silêncio tumular dos deputados após a reunião na casa de Maranhão fala por si só. Coube ao próprio senador o incômodo de fazer a defesa de si mesmo.
Eis aí o resumo até aqui do projeto de Maranhão. Ele, de fato, nada tem a perder. Se tudo der errado, o bom piloto voltará sobrevoando Brasília para o conforto de mais quatro anos do celeste Senado.
Ao contrário dos demais que correm o risco de serem abatidos no ar. E o MDB de virar de boeing a monomotor de um homem só.