O Governo do Estado ainda não calculou a dimensão exata da comunidade autista da Paraíba. Só há essa explicação para a insistência em ignorar a necessidade do símbolo autista nos estabelecimentos públicos e privados do Estado.
Em vez de analisar com sensibilidade à justa causa e rever a medida do veto ao projeto apresentado na Assembleia, setores governamentais se revezam entre atribuí-lo à inconstitucionalidade ou a prestar contas de assistências a portadores da síndrome.
Em meio ao constrangimento, esquecem do mérito e travam o embate errado. De nada valerá desqualificar o autor da matéria, o deputado Bruno Cunha Lima (PSDB).
A luta não pertence a ele. No máximo, o parlamentar (poderia ser outro) reverberou uma demanda que já existe.
É uma necessidade dos autistas e dos seus responsáveis, que certamente não desistirão e lutarão para fazer valer um direito singelo, mas de grande alcance num ambiente em que uma lei federal sequer é conhecida da sociedade, e, por conseguinte, não funciona na prática.
Erram por que estão lidando com pessoas cônscias dos seus direitos, homens e mulheres informados e capazes de fazer ainda mais sacrifícios por seus filhos, por quem poucos levantam a voz ou movem um dedo.
A rápida mobilização e reação de entidades confirmam essa disposição de luta. Não será confortável para o Governo fazer frente e atropelar esse pequeno, porém destemido pequeno exército.
O que os autistas querem? Privilégios? Nenhum. Apenas e tão somente um sinal ao já consagrado direito ao atendimento prioritário, pouco conhecido e respeitado por falta de consciência geral e informação sobre a temática.
Tudo depende de uma decisão política. Como quando o Estado comprou para si a obrigatoriedade das placas alertando contra a discriminação sexual e atendendo a uma causa do igualmente legítimo movimento LGBT.
A pergunta é tão óbvia: por que o Governo também não insere os autistas na sua política de inclusão social?