Devo confessar. Se fosse gestor público, a famosa e esperada obra de contenção da falésia do Cabo Branco não estaria entre minhas prioridades.
Por considerar que João Pessoa, a bem da verdade, nunca se preocupou verdadeiramente com sua preservação. Pelo menos, seus gestores, não.
Do contrário, o espaço não seria o que até pouco tempo era: uma estrada comum com direito a passagem de veículos pesados e trânsito normal.
Mas, minha visão particular, talvez até míope, não pode desconhecer que a Barreira do Cabo Branco é cartão postal afetivo da cidade e um ponto de preocupação para ambientalistas.
Por isso, a intervenção de fôlego finalmente iniciada pela Prefeitura de João Pessoa tem um caráter simbólico para o imaginário pessoense.
É a primeira ação efetiva e de grande porte do projeto que garante vida longa àquela imagem já incorporada no cotidiano da Capital paraibana. A começar pela drenagem.
Com sua decisão, Luciano Cartaxo, prefeito da cidade, resolveu pagar pra ver e colocar a mão numa cumbuca que muitos agitaram, mas nunca, de fato, resolveram enfrentar.
Semelhantemente à decisão política da Lagoa, Beira Rio, Bica, Timbó, Praça da Independência, para citar algumas.
Com a falésia, Cartaxo quebrou novo tabu. E rompeu a barreira.