2018 começa na segunda-feira, 1º de janeiro. Abre-se a temporada eleitoral. As opções presidenciais conspiram contra a ideia de Ano Novo. A oligarquia política oferece ao eleitorado algo que Cazuza chamaria de um museu de grandes novidades. Considerando-se as vísceras expostas pela Lava Jato, a piscina dos partidos políticos está cheia de ratos. Levando-se em conta o lero-lero dos candidatos, suas ideias não correspondem aos fatos. E o tempo não pára.
O favorito nas pesquisas pode ir para a cadeia. O segundo colocado surfa uma onda conservadora de coloração verde-oliva que tem tudo para morrer na praia. Os outros pretendentes se acotovelam na franja inferior das sondagens eleitorais. Por ora, o protagonista da disputa é o ponto de interrogação. Não surgiu um nome capaz de empolgar quem foi às ruas ou bateu panelas na janela.
O ano supostamente novo começa sob os escombros do velho. Tudo parece seguir a lógica de um conhecido preceito bíblico. Está anotado no livro de Eclesiastes, capítulo 1, versículo 9: “O que foi tornará a ser; o que foi feito se fará novamente; não há nada novo debaixo do Sol.” A conjuntura é um convite ao surgimento de novidades. A boa notícia é que o eleitor tem o poder de virar a página. A má notícia é que, se não tomar cuidado, pode virar a página para trás.