Desde quando topou substituir André Moura (PSC-SE) na liderança do Governo na Câmara Federal, a vida do deputado paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP) ganhou outro ritmo.
Como líder do PP na Casa, ele já vivia a intensidade da atividade. A liderança do Governo, entretanto, é a multiplicação das dificuldades.
E não é de qualquer Governo. Ou de um Governo normal. É a organização da bancada de um presidente que está quase devendo em matéria de aprovação popular.
E num ano em que Michel Temer precisou atravessar duas pesadas batalhas com as denúncias da Procuradoria Geral da República, na delação da JBS, passeando pelo plenário.
Como se sabe, o Governo conseguiu cabalar o número de votos suficientes para suspender a investigação.
Esses e outros espinhos foram tratados ontem na entrevista que o autor do Blog fez no Frente a Frente, da TV Arapuan, com o deputado Aguinaldo Ribeiro, frequentador assíduo do noticiário nacional, mas até então em jejum de entrevistas na Paraíba.
Ribeiro também vê flores na missão. Ele pontuou o que chama de avanços do governo na macro economia, no controle da inflação e na recuperação do crédito do País perante o mercado financeiro.
Admite, por outro lado, que o emprego ainda é um grande desafio do atual governo. As reformas já aprovadas e a da Previdência são passos para os ajustes fiscais e empregabilidade, ao seu modo de ver.
Apesar da ruidosa tarefa, Aguinaldo não vive colado na imagem do Governo. Aparece só o necessário. Age mais nos bastidores do que nos holofotes.
Pelo contrário, até aconselha reservadamente gente como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a ter uma posição proativa, separando os poderes e as prerrogativas.
Exemplo disso é que, mesmo servindo a uma gestão impopular, sob a justificativa de que tem o dever de ajudar o Brasil na delicada travessia, Ribeiro só aumenta sua base política.
A capacidade de diálogo e o jogo de cintura lhe creditaram em Brasília respeito dos grandes caciques políticos. Quem vai ao gabinete da liderança, percebe a heterogeneidade dos diálogos. Gente do PT ao PSDB, do PCdoB ao PR.
Na balança, enfrenta naturalmente os ônus da missão complexa que repousa sobre seus ombros, mas também sabe contabilizar, com habilidade, os bônus de estar onde está. Que o diga deputados estaduais e prefeitos que a ele recorrem.