Vez por outra, nos bastidores, setores da política paraibana especulam uma tese dos sonhos da articulação girassol.
A estratégia seria a fórmula de sucesso para o governador Ricardo Coutinho renunciar o cargo, disputar o Senado, deixando no seu lugar um aliado de estrita confiança, o secretário João Azevedo.
Para tanto, Ricardo renunciaria, carregando consigo a vice Lígia Feliciano, que seria “convencida” a também se afastar.
Assim, o presidente da Assembleia, Gervásio Maia, assumiria o Governo e convocaria eleição indireta pela Assembleia.
O candidato governista, por óbvio, seria Azevedo, privilegiado, nessa operação, por ir à reeleição montado no Palácio. Um céu, convenhamos.
A estratégia, entretanto, tem um obstáculo legal que poucos estão calculando.
Nessa hipótese, se assumisse o Governo para organizar a eleição indireta, Gervásio ficaria inelegível, exceto para o cargo de governador.
Ou seja, Maia só assumiria para ser ‘o candidato’, o que não está nem de longe nos planos socialistas e nem muito menos nos cálculos do presidente da Assembleia, focado na eleição para federal.
Mantido o plano de Gervásio para a Câmara, o que é mais crível, ele também teria que renunciar a prerrogativa de assumir o Governo.
Na linha sucessória, caberia ao presidente do Tribunal de Justiça, Joás de Brito, a posse e a condução da eleição indireta.
Pela conturbada e pouco amistosa relação entre o desembargador e o governador, seria um cenário de pesadelo para o governo. Muito longe do sonho de consumo.
O que no mundo real faz com que a tese esteja mais para fábula do que para articulação.