Pela segunda vez, o ex-governador do Rio, Anthony Garotinho, baixou na cadeia. As prisões são consequência de processo eleitoral do qual responde por, como secretário de Campos (RJ), ter liberado cheques no valor de R$ 200, em troca de votos, segundo a investigação.
Práticas do gênero têm sido combatidos pela Justiça Eleitoral. A maioria tem uma embalagem de programas sociais, mas aqui e acolá é transformado em moeda de troca no balção das reeleições.
Os desvios e deformações desses projetos estão rendendo dores de cabeça para gestores responsáveis por uso indevido e excessos.
No Rio, Garotinho e a esposa, Rosinha, também detida dessas vez, foram parar numa penitenciária.
Na Paraíba, os cheques da FAC embasaram a fulminante cassação do então governador Cássio Cunha Lima, o primeiro da história a ser decapitado num processo que em sete meses entrou na pauta e foi julgado numa única sessão, dada a gravidade do caso e vasto conjunto probatório.
Em 2015, o Ministério Público Federal viu abuso cometido pelo então candidato a reeleição Ricardo Coutinho na distribuição e concessão, sem critérios, e em período eleitoral, dos cheques do Empreender.
No TRE, o processo caminha em compasso de tartaruga. Ora pela complexidade, ora pela hábil estratégia de defesa que vem conseguindo evitar o julgamento três anos depois da denúncia e à meses do encerramento do mandato do governador reeleito.
Todos esses casos mostram que, pelo histórico, na Justiça, os cheques sociais não têm sido bons negócios para os gestores. Enquanto mecanismo administrativo-político, podem até render votos e reeleição, mas no final das contas eles imputam preço dispendioso à sociedade e um alto custo jurídico aos governantes.