No Rio de Janeiro onde 221.604 servidores e aposentados ainda não receberam o salário de setembro, o Tribunal de Justiça do Estado pagou na última terça-freira o “auxílio peru” – abono de R$ 2.000 para que juízes e servidores possam desfrutar de um Natal feliz.
O “auxílio peru” do Rio tem um nome menos escrachado em Roraima. Ali, chama-se “auxílio alimentação”. Excepcionalmente neste mês foi fixado em R$ 2.466,16. Tem o mesmo propósito: proporcionar aos contemplados um Natal mais gordo, digamos.
Roraima não é um Estado falido como o Rio. Mas enfrenta dificuldades financeiras como os demais. A Justiça, tanto em Roraima como no Rio e em outros lugares, é o poder mais bem pago da República. E também o mais insensível ao que ocorre em torno dele.
Ainda está para ser feita uma devassa nos salários e benefícios do Judiciário. O poder encarregado de aplicar as leis é o menos transparente dos poderes. Sabe-se quanto ganha o presidente da República, por exemplo. Não se sabe quanto os juízes ganham.
O salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal serve de teto para os salários pagos pelos demais poderes. Mas estranhamente não serve para os salários dos próprios juízes.
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