O ministro Luís Barroso, do Supremo Tribunal Federal, merece uma homenagem. Ele representou muitos brasileiros quando peitou em plenário a arrogância e derrubou do pedestal a falsa eloquência jurídica do ministro Gilmar Mendes.
“Vossa excelência vai mudando a jurisprudência de acordo com o réu”, acunhou Barroso, numa frase tão verdadeira quanto desconcertante. A melhor definição até hoje do perfil de um magistrado que varia de comprometido a descarado em suas posições.
“Isso não é estado de direito, é estado de compadrio. Juiz não pode ser correligionário”, completou Barroso, como num desabafo coletivo e diante do silêncio revelador de consentimento de uma maioria dos seus pares de Corte.
Mas, a melhor tradução nem foi ao traço característico do poderoso integrante do STF. Luís foi quase psicológico ao definir o estado mental permanente de Mendes, a quem classificou de raivoso e covarde.
“Vossa excelência fica destilando ódio o tempo inteiro. Sempre fala coisa contra alguém, está sempre com ódio de alguém, com raiva de alguém”, tascou.
Vomitou tudo que talvez o paraibano Herman Benjamin, no julgamento das contas da chapa Dilma/Temer no TSE, teria direito de fazer, mas preferiu colocar Gilmar no seu lugar com elegância e diplomacia. Esperou o tempo cuidar da empáfia asquerosa do ministro.
Sertanejo, confiou naquela máxima que remédio para doido é outro na porta. Chegou o dia em que Gilmar encontrou o seu.