Não haverá reforma da Previdência, a não ser que se chame por esse nome a reforma meia-boca engatilhada para ser submetida à Câmara. Um arremedo de reforma obrigará o sucessor de Temer a fazer uma de verdade. O sucesso do arremedo de reforma dependerá mais de Rodrigo Maia (PMDB-RJ), presidente da Câmara, do que de Temer.
Quer dizer: se passar no Congresso, todos os méritos a Maia. Se não passar, a culpa será de Temer. Que planejava passar à História como o presidente que desinflou a crise econômica legada por Dilma, de triste memória. E que ainda por cima foi capaz de promover reformas que seus antecessores não tiveram coragem de encarar, ou não quiseram.
Antes de ser duas vezes denunciado por corrupção, Temer imaginou que poderia tentar se reeleger. Se não desse, sem dúvida funcionaria como um eleitor privilegiado do próximo presidente. Quem apoiasse teria mais chances de vencer. Esses sonhos foram pelo ralo depois que ele recebeu às escondidas o empresário Joesley Batista, e foi gravado.
Restará a Temer cumprir tabela até transferir para o seu sucessor a faixa presidencial que não usa, ou porque não gosta ou por constrangimento. Vá cuidar da saúde, depois do susto que levou com a obstrução urológica. Suas coronárias estão a exigir também algum tipo de reparo. Desfrute das miçangas do poder. Por elas, muitos já perderam a vida.