Jornalista costuma testemunhar fatos, agressões e violência. É da natureza da profissão. O que colegas de imprensa de João Pessoa jamais esperavam era assistir um profissional de comunicação na mira de um revólver em pleno exercício da profissão, à luz do dia.
Fato que aconteceu na frente das câmeras de televisões e de repórteres que esperavam no estacionamento do Gaeco, do Ministério Público, por informações do depoimento do empresário denunciante do polêmico vídeo que implica o prefeito interino de Bayeux, Luís Antônio.
O protagonista? O policial José Alves. Ele tentava entrar no órgão para entregar documentos da sua delegacia, a de Cruz das Armas. Para passar entre carros, ele abordou de forma agressiva e truculenta o repórter Albemar Santos, do Portal MaisPB, com empurrões. Diante do protesto, o agente à paisana partiu pra cima e houve discussão e confronto físico.
Insatisfeito com a reação à truculenta abordagem, o policial ignorou jornalistas, câmeras e até a simbólica presença na frente de uma instituição do porte do Ministério Público, sacou uma arma e ameaçou atirar. Surpresos diante de um colega na linha de tiro, jornalistas entraram na cena para evitar um crime banal.
Um típico caso de abuso de autoridade, tão comum no dia-dia, mas que permanece em silêncio pela sensação de impotência do cidadão comum reagir, reclamar e denunciar. Ou às vezes pela impressão de que não encontrará reparação e nem punição.
Albemar e os demais companheiros de imprensa sentiram na pele o que é ter a infelicidade de cruzar no caminho de um profissional despreparado, desequilibrado e violento. Policial, felizmente minoria na instituição, que se sente poderoso e motivado a intimidar, agredir e ameaçar porque está protegido pelo manto da função e encorajado por revólver na cintura. Gente que exerce autoridade pelo abuso e abusa da autoridade.