Numa decisão passível de críticas, dada à omissão de prerrogativa, o Supremo Tribunal Federal repassou para as mãos do Congresso a decisão a ser tomada em relação ao caso do senador Aécio Neves, pego em situação pouco republicana com executivos da JBS.
Agora, portanto, o destino de Aécio está nas mãos dos seus pares. Não apenas o de Aécio. O senador vai dizer a opinião pública qual régua deve ser usada para tratar casos em que algum dos seus quadros melam a ética e sambam em cima da moral.
O Senado, que inflamou a jugular para garantir o seu ‘direito’ de ter a palavra final sobre prisão e penas a seus integrantes, tem agora a oportunidade de dizer o que realmente queria quando reivindicou, ameaçou e até chantageou o Supremo para cuidar pessoalmente do Caso Aécio.
A luta foi para a Casa, enquanto representação institucional e política dos Estados da Nação, apreciar ela mesma, com isenção e espírito público, os crimes praticados pelo senador em conversa gravada na delação da JBS ou simplesmente para minimizar, abafar, relevar e blindar o parlamentar e banhá-lo de impunidade?
Ao decidir qual régua usará para avaliar a situação do tucano, o Senado também vai escolher com qual tamanho quer ser, definitivamente, visto pela sociedade brasileira.