A prefeita do Conde, Márcia Lucena, classificou o rompimento do seu vice, Temístocles Filho, de “agressão frontal ao projeto político de transformação” construído desde a campanha.
Ela negou crise na gestão. “Crise só existe na consciência do próprio vice-prefeito e que é resultante de sua incapacidade de honrar o compromisso assumido perante o eleitorado e às forças políticas que nos elegeram”.
“E é uma decisão decepcionante por revelar a fraqueza de quem não se dispõe a enfrentar os desafios que a gestão e as necessidades do município nos impõem”, criticou.
Confira a nota:
Às Cidadãs e Cidadãos do Município de Conde`
O anunciado afastamento do vice-prefeito eleito de Conde é uma decisão que agride frontalmente o projeto político de transformação ao qual nos dedicamos a construir juntos desde a campanha.
É também irresponsável por tentar transparecer à opinião pública e ao eleitorado uma suposta crise político-administrativa, crise só existe na consciência do próprio vice-prefeito e que é resultante de sua incapacidade de honrar o compromisso assumido perante o eleitorado e às forças políticas que nos elegeram. Que fique claro que ele se recusou permanentemente a participar diretamente das decisões políticas e administrativas mais importantes da Prefeitura de Conde em nome de seus interesses particulares.
E é uma decisão decepcionante por revelar a fraqueza de quem não se dispõe a enfrentar os desafios que a gestão e as necessidades do município nos impõem.
Pactuamos, ainda durante a campanha vitoriosa, que ao vice-prefeito caberia, a partir da nossa posse, orientar diretamente as ações da saúde.
O vice-prefeito, no entanto, recusou o cargo de secretário, mas indicou a esposa para a função de secretária-adjunta, o que lhe garantiria uma inserção direta e permanente às instâncias de decisão.
Posteriormente, a esposa assumiu o cargo de secretária de Saúde, ampliando ainda mais o espaço a ele destinado para a tomada de decisões da política pública de atendimento à população de Conde.
Durante esse período, mantivemos um diálogo permanente, compatível com os laços de amizade que estabelecemos, as decisões foram discutidas e compartilhadas, mesmo com ele à distância, envolvido em seus afazeres de médico e de dono de hospital em outro município.
Alegando incompatibilidade com a agenda da Secretaria de Saúde, a secretária, esposa do vice-prefeito, pediu exoneração do cargo e o nome indicado para substituí-la foi considerado adequado tanto pelo vice-prefeito quanto pela ex-secretária.
Este “afastamento” de supostas “funções executivas”, as quais ele nunca exerceu, decorre de sua incapacidade de rejeitar as práticas de um passado que o Conde precisa superar por terem sido danosas aos interesses públicos, mas nunca esquecer para que não sejam repetidas.
Lamentável esse desfecho em desfavor de um jovem que poderia contribuir para a renovação das lideranças em Conde, e que confirma a fragilidade de quem acredita na política enquanto processo de acomodação de interesses e não enquanto força para transformar para melhor a vida das pessoas.
Márcia Lucena