O governador Ricardo Coutinho (PSB) pode estar sendo induzido a erro se estiver sendo informado que a relação com a bancada governista na Assembleia “está muito bem e obrigado”.
A aprovação dos projetos do Executivo, sem dificuldades, conta como um indicativo positivo no saldo, mas não é o termômetro real.
Nas últimas horas, pelo menos dois deputados externaram um sentimento latente, porém ainda represado.
O petista Anísio Maia confessou certa desmotivação. Um desabafo que foi associado a perda de pequenas indicações na Educação. Quem o conhece sabe que o empreguismo não é bem do seu perfil.
A insatisfação é do tratamento, da falha comunicação interna da bancada e o precário encaminhamento das demandas dos parlamentares, muito úteis na hora da onça beber água no plenário e relegados a quase nada quando batem às portas do Palácio.
Sem partido, o deputado João Bosco Carneiro Júnior, comedido por natureza, deixou escapar aqui ao Blog que analisa convites do seu futuro partido e ao mesmo tempo avalia qual posicionamento adotará desde já para 2018. Ou seja, na prática, pondera se vale a pena ficar onde está.
As duas manifestações podem ser encaradas como isoladas e pouco merecedoras de atenção ou preocupação. É sempre uma tendência minimizá-las. Mas não é o caso.
Os dois deputados não falam apenas por si só. São os poucos que tiveram alguma ousadia de externar o que muitos preferem esconder. Ou por ausência de coragem ou por que esperam por uma oportunidade mais adiante. E é aí onde mora o perigo.
Por previdência, a articulação do Governo não deve correr o risco de pagar para ver. A fumaça começa assim. Quando não contida, vira incêndio.