Até o primeiro trimestre, aliados dos dois lados admitiam (uns até torciam) nos bastidores uma reaproximação entre o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Cartaxo.
Crença que também era compartilhada, com certa desconfiança e expectativa, por setores da Oposição.
Os últimos fatos, entretanto, implodiram as poucas chances de convivência no mesmo palanque. Dada, primeiro, à força das circunstâncias que os colocam em rota de colisão, mas, segundo e sobretudo, pelo arsenal de ataques mútuos.
Acossado aqui e acolá por Ricardo e seu exército, Luciano saiu da passividade e passou a revidar. E agora, basta ser interrogado sobre temas administrativos, ele já faz comparações, críticas e contrapontos ao modelo socialista.
Nos bastidores, dizem seus interlocutores, Luciano está munido de pesquisas qualitativas. E não atira por acaso. Os dados indicariam forte tendência de renovação de ciclo, a partir de um perfil que reúna capacidade política e resultados de gestão.
Sagaz, Ricardo também se vale de pesquisas. Não por acaso, sua artilharia tem sido reforçada na desconstrução da imagem do hoje principal adversário. Luciano apresenta considerável dianteira.
Coutinho percebeu que precisava refazer a rota de sua estratégia, antes concentrada inteiramente em fogo cerrado contra o senador Cássio Cunha Lima, a quem calculava (com certa torcida) que que seu grupo enfrentaria nas urnas de 2018.
O governador aumentou ainda mais o tom contra Luciano. O Governo concentra todas as armas nas denúncias do Parque da Lagoa e não se intimidou nem com os pedidos apresentados de três CPI’s contra fatos que remontam à passagem do PSB pela Prefeitura.
A corda está esticada. E, ao que parece, destruíram pontes mínimas de diálogo. Para tristeza dos torcedores e alívio dos desconfiados.
