Cada vez que se via diante de alguma coisa miúda tratada com exagero lá em Marizópolis, minha terra natal, dona Nuita, minha avó materna, costumava recorrer ao velho adágio popular: “É muita farinha para pouca carne”.
O ditado cai bem no estardalhaço da reaproximação entre PMDB e PSB.
Ou melhor, a troca de gentilezas públicas do senador José Maranhão e do governador Ricardo Coutinho, duas figuras que não se digerem bem, mas conviveram aqui e acolá por força das circunstâncias. Ou pela conveniência dos interesses mútuos.
Já tem quase um mês o primeiro flerte de Ricardo, na ocasião em que para desforrar o vice-prefeito Manoel Júnior o governador retirou as críticas de praxe e elogiou Maranhão, o manda-chuva do PMDB, ato contínuo um telefonema do senador ao socialista, em gesto de gratidão e cordialidade.
De lá pra cá, a coisa ficou nisso. Frases de efeito pra cá, retribuições pra lá. De concreto, até aqui, nada. E quem diz isso é o próprio senador Maranhão ao revelar que, semanas depois dos incensos na imprensa, nenhum encontro formal. Só desencontros, por enquanto.
Apesar do aguado do sabor, para os dois lados, a farofa tem servido ao alimento das especulações e gerado apetite e curiosidade no distinto público. Falta o primeiro pedaço de carne. Quem dará?