As prisões no país da Independência – Heron Cid
Opinião

As prisões no país da Independência

7 de setembro de 2017 às 10h52 Por Heron Cid

O Brasil sempre foi um País controverso. Da nossa colonização para cá, somos um festival de contradições.

A Independência foi proclamada por um herdeiro do trono de Portugal.

Dizem que recomendada pelo Rei dom João VI para que a coisa ficasse em família. De lá pra cá, os governantes e políticos seguem à risca a inspiração.

Na República, vivemos tanto sob regimes autoritários e ditaduras quanto regidos por governos democráticos.

Em 1964, os militares usaram o pretexto da ‘democracia’ para derrubar um governo eleito e afugentar o fantasma do ‘comunismo’.

O Golpe de 1930, cujo estopim foi a morte do paraibano João Pessoa, é intitulado por muitos de Revolução.

Já o impeachment de uma presidente, regido sob as regras constitucionais e vigiado pelo Supremo Tribunal, é tido por outros como golpe.

O primeiro presidente eleito pelo voto, pós-redemocratização, foi cassado. Tempos depois considerado pela Justiça “inocente” das acusações. Ganhou de presente um mandato no Senado, a Casa Alta.

A instabilidade política, portanto, é uma de nossas marcas.

O, até então, líder da Oposição, Aécio Neves, foi pego fazendo exatamente o que denunciava contra seus adversários, o PT. Ficou nu.

No vácuo de Parlamento e Executivo, o Judiciário governa, indiretamente, mais do que julga. E é o Poder menos transparente.

Na guerra política instalada, agentes públicos (juízes e procuradores), em ação no cumprimento dos seus deveres, são achacados por militantes partidários como bandidos e os agentes políticos, achados em deslizes, passam de réus a heróis.

Mesmo livre, o Brasil ainda é um país de muitas prisões.

A principal delas é o cárcere que submete a grande maioria dos seus cidadãos a uma vida de sacrifícios e privações para manter e bancar o gozo e o privilégio de uma aquinhoada minoria.

Tal qual nos tempos de Colônia.

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