O Brasil sempre foi um País controverso. Da nossa colonização para cá, somos um festival de contradições.
A Independência foi proclamada por um herdeiro do trono de Portugal.
Dizem que recomendada pelo Rei dom João VI para que a coisa ficasse em família. De lá pra cá, os governantes e políticos seguem à risca a inspiração.
Na República, vivemos tanto sob regimes autoritários e ditaduras quanto regidos por governos democráticos.
Em 1964, os militares usaram o pretexto da ‘democracia’ para derrubar um governo eleito e afugentar o fantasma do ‘comunismo’.
O Golpe de 1930, cujo estopim foi a morte do paraibano João Pessoa, é intitulado por muitos de Revolução.
Já o impeachment de uma presidente, regido sob as regras constitucionais e vigiado pelo Supremo Tribunal, é tido por outros como golpe.
O primeiro presidente eleito pelo voto, pós-redemocratização, foi cassado. Tempos depois considerado pela Justiça “inocente” das acusações. Ganhou de presente um mandato no Senado, a Casa Alta.
A instabilidade política, portanto, é uma de nossas marcas.
O, até então, líder da Oposição, Aécio Neves, foi pego fazendo exatamente o que denunciava contra seus adversários, o PT. Ficou nu.
No vácuo de Parlamento e Executivo, o Judiciário governa, indiretamente, mais do que julga. E é o Poder menos transparente.
Na guerra política instalada, agentes públicos (juízes e procuradores), em ação no cumprimento dos seus deveres, são achacados por militantes partidários como bandidos e os agentes políticos, achados em deslizes, passam de réus a heróis.
Mesmo livre, o Brasil ainda é um país de muitas prisões.
A principal delas é o cárcere que submete a grande maioria dos seus cidadãos a uma vida de sacrifícios e privações para manter e bancar o gozo e o privilégio de uma aquinhoada minoria.
Tal qual nos tempos de Colônia.